terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

SERMÃO - Como vencer as minhas crises e ansiedades e ter uma boa noite de sono?

Texto: Confiança em Deus, na angústia (sermão profético)

Leitura: Salmo 4:1-8


ABERTURA: 

Você tem dormido bem?

Como você tem lidado com a sua ansiedade?

Este Salmo nos ajuda a entendermos como nós devemos tratar a nossa ansiedade.

“Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Salmos 4:1).

Esse é um pronunciamento profético: “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça...” (v.1). 

A crise que passamos, os momentos difíceis que passamos, está na agenda de Deus, é plano de Deus para trabalhar em nós e nos mostrar que devemos depender dEle e confiar nEle sempre. 

A crise é um tempo de desafios, mas também de oportunidade e de recomeço.

Tudo que aconteceu nos dois últimos anos acabou aumentando o nosso grau de ansiedade, de preocupação e assim dificultou o nosso momento de relaxamento.

Segundo dados da OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE) no primeiro ano da pandemia de COVID-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo com um resumo científico divulgado em março de 2022. Uma das principais explicações para esse aumento é o estresse sem precedentes causado pelo isolamento social decorrente da pandemia. 

Três palavras, nesse texto que acabei de ler, merecem destaque: ANSIEDADE, DEPRESSÃO E ESTRESSE. 

Ansiedade = excesso de futuro

Depressão = excesso de passado

Estresse = excesso de presente.

Quando você confia em Deus, mesmo em momentos de aflição, você encontrará contentamento, refrigério e paz.

TEMA: ONDE VOCÊ COLOCA A SUA CONFIANÇA?

Como conseguir vencer as minhas crises e as minhas ansiedades? Com ter uma boa noite de sono?

Antes de entendermos esse Salmo 4 o que é um Salmo?

A palavra “salmo” vem do grego psalmos que quer dizer um cântico ou um hino. A palavra hebraica para o livro é têhillim e significa “louvores”. O livro contém uma coleção de cento e cinquenta cânticos da vida religiosa e da adoração hebraicas — cânticos do coração do povo e que refletem suas experiências pessoais. Pode-se dizer que os salmos representam o antigo hinário do povo de Deus. Muitos dos salmos de Davi descrevem períodos específicos de sua vida. Ele escreveu o Salmo 3 quando fugia de seu filho, Absalão. Outros salmos estão mais ligados às experiências do indivíduo. 

A poesia é uma forma de comunicação escrita que dá atenção especial ao modo como a mensagem é transmitida ao leitor. Os poetas gostam de usar a linguagem de um modo que amplie não somente a mente, mas também a imaginação e as emoções. 

Paralelismo – esse recurso literário é de longe o mais predominante em toda a poesia hebraica. É usado para ligar palavras ou frases umas às outras a fim de dar nuança ao significado. A estrutura ritma formal da poesia hebraica pode ser vista de maneira mais clara no paralelismo, ou seja, a coordenação bastante próxima ou associação de um verso poético com outro. Os versos paralelos são constituídos de pelo menos dos versetos que formam um verso. O segundo verseto expande, enfatiza ou contrasta com uma ou mais dimensões do primeiro verseto. 

A linguagem da Bíblia é sempre uma linguagem poética e a poesia fala por todos os meios e recursos. O básico, o principal da poesia hebraica, é o chamado paralelismo. 

O Salmo 4 é uma poesia hebraica e o paralelismo é uma forma de poesia que usa palavras diferentes mais de uma vez para dizer a mesma coisa, ou seja, é o jeito de falar que coloca as expressões ao lado umas das outras, como se fossem linhas paralelas. Dentro do paralelismo tem uma estrutura semítica que faz que a última frase do texto seja paralela à primeira, mostrando assim que aquele trecho é um bloco unitário: tem começo e fim, terminando como começou. 

O centro do Salmo 4 está nos versículos 4 e 5. “Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai. Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no Senhor”.

Estremecei de ira, como, literalmente, em hebraico, ou “irai-vos”, como em algumas versões. Os sentimentos de insatisfação e cólera jamais devem dar ocasião a qualquer tipo de violência ou agressividade. O conselho aqui é, literalmente: “durma, meditando no caso, antes de agir”. No verso 5 sacrifícios de justiça são aqueles oferecidos de acordo com a lei (Ml 1:6-14). Em Cristo, toda a necessidade de sangue como holocausto cessou; e a fé genuína no Filho de Deus e o amor cristão passaram a ser os sacrifícios exigidos pelo Senhor para a plena redenção (Sl 51:17; Pv 15:8; Os 6:6; Rm 12:1; Ef 5:2; Hb 10:5; 1 Pe 2:5). 

No verso 8: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor , só tu me fazes repousar seguro” a parte “só tu me fazer repousar seguro” significa lebadad, sozinho,  somente Deus pode nos proporcionar toda a segurança que precisamos para descansar confiantes e em paz (Pv 1:33). 

Se este Salmo 4 foi escrito no período da revolta de Absalão, então pode ser que Davi tivesse em mente os homens que seguiram seu filho rebelde e traíram o rei instituído pelo Senhor em Israel. É uma oração vespertina de alívio. As circunstâncias que rodeiam este salmo são semelhantes às do Salmo 3. Contudo, aqui o lamento se transforma em uma canção de confiança para expressar o alívio do salmista. A serenidade do tom através de todo ele é o resultado de uma experiência da ajuda divina no passado. Exatamente como Deus deu o descanso na experiência anterior (Sl. 3), há certeza de que ele proverá esse mesmo descanso e paz novamente. 

Davi relata neste Salmo 4 uma situação de muita angústia.

APLICAÇÃO:

Como é difícil lidar com situações que estão fora do nosso controle. Na verdade, não há nada na nossa vida que está no nosso controle. Em Pv 16:1 diz que “o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do senhor”.

Eu me lembro que no início da pandemia do COVID 19 os noticiários constantemente apresentavam os principais sintomas: dor no peito, falta de ar, palpitações, febre... e confesso que eu já estava tão ansioso com tudo isso que já estava sentindo os mesmos sintomas e tinha até medo de dormir.

Se eu e você queremos vencer a ansiedade, a falta de controle sobre a nossa vida nós precisamos colocar a CONFIANÇA naquele que tem todo o controle: DEUS.

CONCLUSÃO:

Davi estava vivendo uma situação limite, de angustia, de crise e mesmo neste momento ele diz no verso 8: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro”. 

Quando eu confio em Deus, mesmo na aflição, eu encontro contentamento.

Você tem dormido bem? Como está a sua vida? Como você tem lidado com a sua ansiedade? DESCANSE EM DEUS, pois quando a sua CONFIANÇA está em Deus é possível dormir em tranquilidade. Como? O Salmo nos apresenta a solução:

1º CLAME AO SENHOR: “...o Senhor me ouve quando eu clamo por ele”.

2º CONFIE NO SENHOR: “...confiai no Senhor”.

3º ALEGRE-SE NO SENHOR: “Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho”.

4º DESCANSE NO SENHOR: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro”.

Obrigado Senhor Deus, pois somente em Ti encontramos a verdadeira paz, somente em Ti encontramos DESCANSO.

Pb. Samuel Carvalho dos Santos 


domingo, 26 de fevereiro de 2023

Pastores e suas pregações cansativas, por quê?

 

Muito provavelmente um ouvinte assíduo de pregações não se lembrará de todas as mensagens que ouviu durante sua vida. É impossível fazê-lo. Mas, com certeza, a maioria das mensagens que vêm à lembrança tinha alguma boa ilustração. Jesus usava o poder das palavras para ensinar e trazer mensagens poderosas para a vida das pessoas. Contando parábolas, Jesus desenhava quadros mentais que retratavam o mundo ao seu redor.

Jesus ensinava de uma forma fácil e tinha várias formas e técnicas para conseguir atingir o seu ouvinte. A sua forma de comunicar era muito bem entendida através de uma simples conversa ou diálogo e também através de parábolas, um estilo pedagógico próprio de Jesus, sua aplicação era clara para quem ouvia. 

A pregação de Jesus, numa época que não existia os recursos modernos de multimídia, alcançava os seus ouvintes de uma forma atraente, impactante e definitiva.

Outro ponto importante é que o pregador pode ser um especialista ou até mesmo um doutor em determinada área da Bíblia, mas se não dominar a área pedagógica de ensinar como Jesus, será em vão sua mensagem, sua pregação.

Que assim como era com Jesus, que os ouvintes de hoje também fiquem maravilhados com a pregação da mensagem do Evangelho.

Pb. Samuel Carvalho dos Santos

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Sobre FALAR EM LÍNGUAS em Atos 2 - Pb Samuel Carvalho dos Santos

 

“O termo grego pentekoste significa “quinquagésimo” e se refere ao quinquagésimo dia após o sábado da Páscoa (Lv 23:4-7, 15-16). O Pentecoste, que era celebrado no primeiro dia da semana (o nosso domingo), era uma das três grandes festas anuais de Israel, sendo a primeira a Páscoa (Lv 23:4-8; Nm 28:16-25), que ocorria antes de Pentecostes, e a terceira a Festa dos Tabernáculos (Lv 23: 33-43; Nm 29:12-38), que ocorria quatro meses depois. Pentecostes também era chamada de “Festa das Semanas” (Dt 16:10), porque era nessa ocasião que ocorria a colheita das safras; e também “dia das primícias” (Nm 28:26). A ligação entre o derramamento do Espírito Santo e a celebração de Pentecostes no dia das primícias se encaixa satisfatoriamente com o ensino de que a manifestação do Espírito no Novo Testamento é a “primícia” da colheita da salvação em Cristo (Rm 8:23)” [1].

Lindo texto no qual descreve como a Palavra de Deus foi entendida por todos os povos e línguas, através de uma experiência litúrgica e uma oratória clara por todos devido a descida do Espírito Santo que foi representado por “línguas de fogo” no versículo 3. “A expressão “línguas” é uma metáfora usada para explicar aquela situação na qual uma multidão de pessoas, de nações, culturas e línguas totalmente diferentes umas das outras, puderam ouvir a Palavra de Deus, em sua própria língua materna, por meio da pregação dos apóstolos. O “fogo” é um outro símbolo metafórico da presença divina (Êxodo 3:2), também frequentemente associado ao Juízo” (Mt 3:2: Lc 3:16 e Ts 5:19) [2].

No início o Pentecostes significava então agradecimento pela terra e pelos seus frutos e depois que foi ligado como referência a Deus, uma ligação com a Torá, os cinco primeiros livros bíblicos. Este é um significado relacionado ao agradecimento a Deus aos homens pelo presente divino dos ensinamentos de Deus (CARDOSO, 2011).

Outro ponto interessante é a relação de Atos 2:1-13 com Gênesis 11:1-9, porém ao contrário. Em Gênesis 11:1-9 relata a revolta de Deus com o povo e com isso as línguas são confundidas e não conseguem mais uma comunicação consistente para a construção da torre de Babel, enquanto em Atos 2:1-13 o texto já mostra uma unidade no sentido de entendimento da comunicação. Em Babel houve uma separação das pessoas devido a confusão de línguas ocasionada por Deus em consequência de uma construção idólatra. Em Pentecostes houve uma união, direcionado pelo Espírito Santo (VALÉRIO, 2001).

A seguir um quadro comparativo para entendermos melhor a comparação e identificarmos como a Bíblia explica a Bíblia e como ela é um livro único.

Gênesis 11: 1-9

Atos 2: 1-11

As pessoas falam a mesma língua e se estabelecem no mesmo lugar.

Homens e mulheres se reúnem no mesmo lugar e falam a mesma língua.

O desejo delas: construir uma cidade e uma torre para alcançar o céu.

O objetivo delas: buscar a Deus no céu por direção na terra.

Deus desce e decide confundir as línguas.

O Espírito de Deus desce e concede novas (unidade de entendimento) línguas.

As pessoas não conseguem mais se compreender: mistura de linguagens. A comunicação é quebrada.

Ouvintes do evento conseguem compreender em sua própria língua: harmonização na linguagem. A comunicação é restaurada.

Deus espalha as pessoas pela terra. Dessa forma cria a diversidade de línguas e culturas.

As pessoas ouvem as vozes vêm de diferentes nações, representando a totalidade do mundo habitado. O Evangelho fala na diversidade de línguas e culturas.

Fonte: Carneiro, p. 12, 2016.

Gostaria de finalizar dizendo como a comunicação é fundamental para a proclamação do Evangelho. Uma linguagem simples e objetiva para atender a todas as classes, culturas, faixas de idade, enfim, simplicidade na pregação no sentido que a mensagem deve ser entendida. O principal conflito entre as nações e povos é a comunicação entre as partes.

 

Referências:

CARDOSO, Eliene de Sousa Machado. Pentecostes Segundo Atos 2, 1-14. Revista Fragmentos de Cultura-Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, v. 21, n. 4, p. 653-665, 2011.

 

CARNEIRO, Marcelo da Silva. Babel e Pentecostes: entre a inversão e a renovação comunicativa. Estudos Bíblicos, v. 33, n. 132, p. 9-21, 2016.

VALÉRIO, Paulo Ferreira. Babel e Pentecostes (Gn 11, 1-9 e At 2, 1-13). Estudos Bíblicos, v. 19, n. 70, p. 73-82, 2001.



[1] Bíblia de Estudo de Genebra. 2. Ed. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2009.

[2] Bíblia de Estudo King James Atualizada (KJA); Tradução dos manuscritos nas línguas originais do Tanakh (Bíblia Hebraica) de acordo com o estilo clássico, majestoso e reverente da Bíblia King James de 1611. Tradução Sociedade Bíblica Ibero-Americana & Abba Press no Brasil. São Paulo, 2012.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

SERMÃO - O Vale de Ossos Secos - Pb Samuel Carvalho dos Santos

 


Leitura: Ezequiel 37:1-14

 

ABERTURA:

No livro UMA VIDA COM PROPÓSITO de Rick Warren[1] nos traz uma reflexão sobre a pergunta: QUAL O SENTIDO DA VIDA? Quem nunca pensou sobre isso? Quem nunca fez essa pergunta? Eu acho que depois que passei dos 40 comecei a pensar mais nessa pergunta. No livro REVISÃO DE VIDA de Ricardo Agreste[2] tem uma frase que diz o seguinte: “os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto; os trinta seguintes, o comentário”. A procura pelo propósito (sentido) da vida tem intrigado as pessoas por milhares de anos. Isso porque normalmente começamos pelo lado errado - nós mesmos. Nós fazemos perguntas voltadas para a nossa pessoa, como: "O que eu quero ser? O que eu deveria fazer com a minha vida? Quais são meus objetivos, minhas ambições e meus sonhos para o futuro?” Concentrarmo-nos em nós mesmos jamais desvendaremos o propósito de nossa vida. A Bíblia diz que a vida de todas as criaturas está nas mãos de Deus; é Ele quem mantém todas as pessoas com vida.  Você foi feito por Deus e para Deus. “Pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele”. Colossenses 1:16.  “A nossa alma/espírito e nosso corpo foram profundamente interligados por Deus na criação”, ouvi essa frase do Reverendo Augustus Nicodemos. Antes da queda não tínhamos a inclinação em andar por caminhos errados. Você se lembra quando a sua mãe te dizia para ter cuidado com as companhias? Ela sempre falava para você: “Onde você vai meu filho, minha filha? Em que caminho você está andando? Com quem você vai?” Sabe aquele provérbio popular: "Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és”, então, é isso mesmo, e para fixar a importância de andarmos nos caminhos corretos e com as companhias corretas você sabia que nós somos a média das cinco pessoas que mais convivemos? Quem são as cinco pessoas mais presentes na sua vida hoje? Quais são as características destas pessoas e quais são os caminhos que elas andam? Pois pode ter certeza que as suas características e os seus caminhos tem relação com estas pessoas. No texto que acabamos de ler fala de um povo que se desvio dos caminhos de Deus, não andava mais com Deus, não andava mais com o povo de Deus e como eu disse logo no início o distanciamento dos caminhos de Deus nos faz perdemos o vínculo com o nosso Criador, pois a nossa alma/espírito e nosso corpo foram profundamente interligados por Deus na criação. Você foi feito por Deus e para Deus e sem essa referência, sem essa comunhão, sem esse vínculo perdemos o sentido da vida, ficamos perdidos, ou seja, a nossa vida é comparada aos OSSOS SECOS: uma vida frustrada, desanimada, angustiada, deprimida, enfim, sem esperança como descrito no versículo 11: “os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo exterminados”.

TEMA: TRAZENDO DE VOLTA A VIDA

Ezequiel era um sacerdote que estava morando em Jerusalém. Quando aconteceu o primeiro ataque babilônico eles pouparam a cidade, mas capturaram um grupo de prisioneiros israelitas e os levaram para o exílio e Ezequiel estava entre eles. Ezequiel está sentado na margem de um canal de irrigação perto de seu campo de refugiados israelitas e ao seu aniversário de 30 anos, justamente o ano em que ele teria se tornado o sacerdote em Jerusalém, Ezequiel tem a visão de uma nuvem de tempestade se aproximando e dentro da nuvem estão quatro criaturas estranhas que tem asas estendidas se tocando e cada uma dessas criaturas tinha quatro faces e ele viu quatro rodas uma perto de cada criatura então ele viu que as asas das criaturas estavam segurando essa plataforma deslumbrante. Na plataforma existe um Trono e sentado naquele trono está uma criatura humana brilhante envolto em fogo então de repente Ezequiel percebe o que está vendo e ele chama de a semelhança da Glória do Senhor. Ali está Deus na sua Carruagem Real a palavra Glória em hebraico é Kavod e significa pesado ou significativo os autores bíblicos usam essa palavra para descrever a aparência física e a manifestação do significado de Deus quando ele aparece pessoalmente. Essas imagens na visão são muito semelhantes o que aconteceu quando Deus apareceu no Monte Sinai no livro de Êxodo e também é muito semelhante as representações da presença de Deus sobre a arca da aliança e isso é a coisa que mais choca sobre a visão de Ezequiel o que a glória de Deus está fazendo na Babilônia supostamente deveria estar acima da Arca da Aliança no templo de Jerusalém. Ezequiel acusa Israel por ter quebrado o acordo da aliança com Deus de duas maneiras: Israel tornou-se fiel a outros deuses e tem adorado ídolos e isso tudo levou uma injustiça social e violência desenfreada. Como resultado Deus comissiona Ezequiel para acusar Israel de romper a aliança e avisá-los da sua destruição iminente. Ezequiel 1-3. Israel chegou a tamanha perdição que Ezequiel chega a dizer sobre a destruição merecida de Jerusalém devido os séculos de violação da aliança e cita que as pessoas mais justas do mundo como Noé ou Daniel se estivessem vivas e orassem para que Deus poupasse Israel, Deus não aceitaria as suas orações, pois é tarde demais.[3]

Chegamos no texto base que acabamos de ler. “Deus confirmou suas palavras ao dar a Ezequiel a famosa visão dos ossos secos. A visão descrevia dois estágios da ressurreição. Primeiro, os ossos secos recebiam carne sobre eles. Depois, eles ganhavam vida! Os ossos secos simbolizavam a morte da esperança do povo, que estava seco, sem esperanças e sem poder! Mas o Espírito de Deus sopraria vida para dentro deles novamente”[4].

O texto é dividido em duas partes:

Ezequiel 37:1-10 => Profecia do Vale de ossos secos

Ezequiel 37:11-14 => O significado desta visão profética

Segundo os comentários da Bíblia de Estudo Genebra, uma informação importante é que este texto não fala sobre o fim dos tempos e a ressurreição dos mortos. O contexto é outro, o Velho Testamento fala pouco sobre ressurreição pessoal ou geral: “Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias da minha luta esperaria, até que eu fosse substituído” (Jó 14:14); “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus” (Jó 19:25,26). As imagens de Ezequiel claramente pertenciam à situação dos exilados e suas esperanças de restauração.

Os ossos secos eram toda a nação de Israel. “Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo exterminados” (Ezequiel 37:11).

APLICAÇÃO:

O vale cheio de ossos e esqueletos humanos é uma imagem, uma metáfora do estado espiritual de Israel. Assim a sua rebelião contra Deus resultou no exibir na morte literal de muitas pessoas, mas também foi uma morte metafórica do seu relacionamento com aliança.

“Veio sobre mim a mão do Senhor; ele me levou pelo Espírito do Senhor e me deixou no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez andar ao redor deles; eram mui numerosos na superfície do vale e estavam sequíssimos. Então, me perguntou: Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes. Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor” (Ezequiel 37:1- 4).

Quando estamos afastados de Deus apenas existimos, não vivemos, a vida não tem sentido. OSSOS SECOS! Sabe aquela vida sem sentido, sabe aquele vazio que você sente, mesmo tendo tudo que você possa imaginar com relação aos bens materiais, a saúde, a realização profissional, realização pessoal, enfim, uma vida que parece completa aos olhos humanos? Então, uma vida seca, uma vida vazia espiritualmente.

No final do verso quatro está escrito: “Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor”. Na oração você fala com Deus, na Bíblia Deus fala com você, então “ouvi a palavra do Senhor”. Quando estamos em dificuldade, devemos nos voltar para a Palavra do Senhor. Deus cria através da Palavra: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gênesis 1:3); cura através da Palavra: “Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal” (Salmos 107:20). Se você for às Escrituras, encontrará recursos para resistir e triunfar.

O salmista escreveu: “A minha alma, de tristeza, verte lágrimas; fortalece-me segundo a tua palavra” (Salmos 119:28).

O pecado destrói a vida. O profeta Ezequiel, nessa visão, queria que o povo de Israel entendesse que sem Deus eles estariam na sepultura porque falharam em reconhecer que eles eram um povo que Deus havia dado a eles VIDA!

“Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis. Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós estenderei pele e porei em vós o espírito, e vivereis. E sabereis que eu sou o Senhor. Então, profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito. Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso” (Ezequiel 37:5-10).

Como é interessante a riqueza de detalhes nessa parte, quando prestamos atenção na sequência da ordem como tendões, carne, pele, espírito, houve um ruído, um barulho simbolizando a importância de todas essas junções e por fim vento dos quantos cantos, ou seja, e um sopro de vida e vida em abundância. Novamente encontramos aqui uma referência a criação: “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2:7).

Podemos tirar daqui também uma importante lição sobre a comunhão. A importância da junção de cada parte para assim termos vida. Se existe comunhão, existe vida, a comunhão é importante para a nossa restauração e fortalecimento na fé.

CONCLUSÃO:

Por fim, Deus dá vida a ossos secos! Ele tem uma promessa de restauração para você: “Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo exterminados. Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que abrirei a vossa sepultura, e vos farei sair dela, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. Sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir a vossa sepultura e vos fizer sair dela, ó povo meu. Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o Senhor, disse isto e o fiz, diz o Senhor” (Ezequiel 37:11-14).

Que possamos investir mais o nosso tempo no cuidado consistente da nossa fé. Que possamos acordar toda manhã e permanecer um pouquinho em silêncio, exercermos a nossa devoção a Deus lendo as escrituras e, em seguida, orando e perguntando: Senhor, o que queres que eu faça? Que possamos acordar aos domingos e caminhar em direção a uma comunidade cristã, a nossa igreja, lotada de pessoas imperfeitas e não na perspectiva de ser acolhido e servido, mas na perspectiva de acolher e servir. [5]

Irmãos, Deus nos criou diferente de tudo, nós não nascemos prontos como coisas, como um fogão ou uma televisão que envelhecem com o tempo, nós melhoramos com o tempo, a nossa existência vai além de um mero período entre nascer e morrer, a salvação por Cristo Jesus não é o fim da nossa jornada, mas o início de um processo de santificação que vai além deste mundo terreno, é eterno, é infinito e que Deus nos abençoe, nos TRAZENDO DE VOLTA A VIDA, pois somente o poder de Deus pode transformar OSSOS SECOS em vida, somente Deus pode preencher todo este vazio existencial e toda essa nossa busca insaciável. EU E VOCÊ FOMOS FEITOS POR DEUS E PARA DEUS. QUE DEUS NOS ABENÇOE.

Pb. Samuel Carvalho dos Santos



[1] WARREN, Rick. Uma vida com propósitos. São Paulo: Ed. Vida. São Paulo, 2003.

[2] SILVA, Ricardo Agreste. Revisão de Vida: para viver e não se arrepender. São Paulo. SOCEP Editora, 2008.

[3] https://bibleproject.com/

[4] ARNOLD, Bill T.; BEYER, Bryan E. Descobrindo o Antigo Testamento. São Paulo. Cultura Cristã, p. 421, 2001.

[5] SILVA, Ricardo Agreste. Revisão de Vida: para viver e não se arrepender. São Paulo. SOCEP Editora, 2008.

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