“O termo grego pentekoste significa
“quinquagésimo” e se refere ao quinquagésimo dia após o sábado da Páscoa (Lv
23:4-7, 15-16). O Pentecoste, que era celebrado no primeiro dia da semana (o
nosso domingo), era uma das três grandes festas anuais de Israel, sendo a
primeira a Páscoa (Lv 23:4-8; Nm 28:16-25), que ocorria antes de Pentecostes, e
a terceira a Festa dos Tabernáculos (Lv 23: 33-43; Nm 29:12-38), que ocorria
quatro meses depois. Pentecostes também era chamada de “Festa das Semanas” (Dt
16:10), porque era nessa ocasião que ocorria a colheita das safras; e também
“dia das primícias” (Nm 28:26). A ligação entre o derramamento do Espírito
Santo e a celebração de Pentecostes no dia das primícias se encaixa
satisfatoriamente com o ensino de que a manifestação do Espírito no Novo Testamento é a “primícia” da colheita
da salvação em Cristo (Rm 8:23)” [1].
Lindo texto no qual descreve como a
Palavra de Deus foi entendida por todos os povos e línguas, através de uma
experiência litúrgica e uma oratória clara por todos devido a descida do
Espírito Santo que foi representado por “línguas de fogo” no versículo 3. “A
expressão “línguas” é uma metáfora usada para explicar aquela situação na qual
uma multidão de pessoas, de nações, culturas e línguas totalmente diferentes umas
das outras, puderam ouvir a Palavra de Deus, em sua própria língua materna, por
meio da pregação dos apóstolos. O “fogo” é um outro símbolo metafórico da
presença divina (Êxodo 3:2), também frequentemente associado ao Juízo” (Mt 3:2:
Lc 3:16 e Ts 5:19) [2].
No início o Pentecostes significava então
agradecimento pela terra e pelos seus frutos e depois que foi ligado como referência
a Deus, uma ligação com a Torá, os cinco primeiros livros bíblicos. Este é um
significado relacionado ao agradecimento a Deus aos homens pelo presente divino
dos ensinamentos de Deus (CARDOSO, 2011).
Outro ponto interessante é a relação de
Atos 2:1-13 com Gênesis 11:1-9, porém ao contrário. Em Gênesis 11:1-9 relata a
revolta de Deus com o povo e com isso as línguas são confundidas e não
conseguem mais uma comunicação consistente para a construção da torre de Babel,
enquanto em Atos 2:1-13 o texto já mostra uma unidade no sentido de
entendimento da comunicação. Em Babel houve uma separação das pessoas devido a
confusão de línguas ocasionada por Deus em consequência de uma construção
idólatra. Em Pentecostes houve uma união, direcionado pelo Espírito Santo
(VALÉRIO, 2001).
A seguir um quadro comparativo para
entendermos melhor a comparação e identificarmos como a Bíblia explica a Bíblia
e como ela é um livro único.
Gênesis
11: 1-9 |
Atos
2: 1-11 |
As pessoas falam a
mesma língua e se estabelecem no mesmo lugar. |
Homens e mulheres
se reúnem no mesmo lugar e falam a mesma língua. |
O desejo delas:
construir uma cidade e uma torre para alcançar o céu. |
O objetivo delas:
buscar a Deus no céu por direção na terra. |
Deus desce e decide
confundir as línguas. |
O Espírito de Deus
desce e concede novas (unidade de entendimento) línguas. |
As pessoas não
conseguem mais se compreender: mistura de linguagens. A comunicação é
quebrada. |
Ouvintes do evento
conseguem compreender em sua própria língua: harmonização na linguagem. A comunicação
é restaurada. |
Deus espalha as
pessoas pela terra. Dessa forma cria a diversidade de línguas e culturas. |
As pessoas ouvem as
vozes vêm de diferentes nações, representando a totalidade do mundo habitado.
O Evangelho fala na diversidade de línguas e culturas. |
Fonte: Carneiro, p. 12,
2016.
Gostaria de finalizar dizendo como a
comunicação é fundamental para a proclamação do Evangelho. Uma linguagem
simples e objetiva para atender a todas as classes, culturas, faixas de idade,
enfim, simplicidade na pregação no sentido que a mensagem deve ser entendida. O
principal conflito entre as nações e povos é a comunicação entre as partes.
Referências:
CARDOSO, Eliene de
Sousa Machado. Pentecostes Segundo Atos 2, 1-14. Revista Fragmentos de
Cultura-Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, v. 21, n. 4, p.
653-665, 2011.
CARNEIRO, Marcelo
da Silva. Babel e Pentecostes: entre a inversão e a renovação comunicativa. Estudos
Bíblicos, v. 33, n. 132, p. 9-21, 2016.
VALÉRIO, Paulo
Ferreira. Babel e Pentecostes (Gn 11, 1-9 e At 2, 1-13). Estudos Bíblicos,
v. 19, n. 70, p. 73-82, 2001.
[1] Bíblia de Estudo de Genebra. 2.
Ed. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
[2] Bíblia de Estudo King James
Atualizada (KJA); Tradução dos manuscritos nas línguas originais do Tanakh
(Bíblia Hebraica) de acordo com o estilo clássico, majestoso e reverente da
Bíblia King James de 1611. Tradução Sociedade Bíblica Ibero-Americana &
Abba Press no Brasil. São Paulo, 2012.
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